terça-feira, 20 de março de 2007

Porque eu adoro uma polêmica! =P

Quando eu falo quase ninguém acredita. Como eu, uma menina inteligente (é o que dizem) pode querer desperdiçar o seu "brilhante" futuro na carreira jornalística escrevendo para revistas femininas?
Já ouvi tanto essa pergunta que sou capaz de dar várias respostas diferentes. Das mais sérias às mais engraçadinhas.

Pra começar eu quero deixar claro os diversos motivos que me levaram a escolher essa profissão. Todo mundo sabe que jornalistas devem ser pessoas bem informadas, com um vasto conhecimento de mundo. Devem saber o que acontece em seu país, em sue planeta. Ontem, hoje e de preferência, com base em tudo isso, ser capaz de prever o que vai acontecer amanhã. Devem ler muito, de Bruna Surfistinha a Shakespeare, passando por Schopenhauer. Só assim é possível julgar, criticar, elogiar, falar mal. Devem ser capazes de transmitir seu pensamento através da linguagem oral e da linguagem escrita. Devem ser capazes de quase tudo. Têm uma responsabilidade incrível, afinal, somos nós os condutores da informação, mostrando ao público o que acontece e, dizem alguns, indicando o que o público deve pensar. Particularmente, não concordo muito, mas.... Com todo esse poder nas mãos, podemos mudar o mundo, certo? Sim, mas depende do caminho que você escolhe. É pensando nisso que as pessoas me criticam. Afinal, o que é mais importante: escrever sobre cosméticos ou sobre a política do presidente Bush?

Eu respondo que depende. O caminho que acham que devo seguir me conduz a um jornal enorme, ou a uma revista de grande circulação. Lugares em que, provavelmente, eu não terei liberdade nenhuma pra dissertar sobre o que eu quero e considero importante para o público ("denunciar uma grande empresa??? JAMAIS. É esta empresa que investe em nosso jornal!"). Lugares em que meus valores éticos serão diariamente postos a prova. Lugares em que eu cairei no dilema: alimentar meus filhos ou ser fiel aos meus princípios? Lugares em que por mais que eu tente - e isso muito me dói dizer- jamais serei capaz de provocar uma mudança sequer no mundo. Afinal, qualquer pessoa com mais de 12 anos sabe que a mola que move o mundo é o dinheiro e não o idealismo.

Pensando nisso, sou obrigada a me abrir com vocês. Eu já fui feia. Ok, vocês podem não acreditar. Quem me vê hoje, alta, magra, com um corpo escultural e um rosto de fazer inveja a Ana Paula Arósio, pode não acreditar. Mas eu já fui esquisita. Brincadeira, óbvio. Hoje eu sou bonita como várias pessoas que passam ao seu lado na rua. Bonita sim, nada monumental. Mas também não tenho vontade de sair com um saco de papel na cabeça. Por que eu mudei? Em grande parte, o mérito é da idade mesmo. Com o tempo as meninas passam a ser mais vaidosas. Por outro lado, algumas passam a vida fugindo do senso estético. Então, o que sou hoje devo às revistas femininas.
JURO. Elas funcionam.

Na adolescência, têm uma função extremamente importante. Informar às meninas sobre coisas que nem sempre os pais dão conta e também, mostrar a todos - inclusive aos pais que têm curiosidade de saber o que sua garotinha anda lendo- o que ocorre no mundo. Moda e comportamento inclusive. Isso mostra a uma adolescente que não é só ela que tem determinado problema, não é só ela que sofre por namorado, e que as batinhas estão de volta à moda. E todo mundo que já passou por isso sabe que adolescência é sobre integração. E que esta palavrinha milagrosa é capaz de fazer alguém mais feliz. Ingenuidade acreditar que essas revistas padronizam o comportamento. Afinal. quem nasceu para ser sombra sempre o será, não tem jeito. Mas saber o que acontece, o que se veste, o que se ouve, para depois descobrir o que EU visto, o que EU ouço, o que EU faço acontecer é sempre um fato marcante. E muda sim, a vida de uma pessoa.

Na idade adulta a mesma coisa. Se informar sobre moda, etiqueta, comportamento, sexo, relações pessoais, relações no trabalho, livros, filmes, culinária não é exatamente o que eu chamo de futilidade.

Mas tudo bem. Podem criticar. Como eu não quero ser a responsável por dar notícias ruins a ninguém, continuo achando que a calça jeans ideal faz mais por mim do que acompanhar o governo Lula. Afinal, a calça jeans pode aumentar meu bumbum, mas o Lula já diminui minhas esperanças faz tempo.


Postado em:
sexta-feira, 9 de março de 2007
Por: Tatita

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa coisa de idealismo da juventude ainda mata de fome aqueles que nunca vão sair da juventude assim como eu! (ainda acho que tenho vinte anos até hoje, e vou ter vinte até chegar aos 30 e assim por diante)

Eu não pretendo passar meus dias escrevendo em revistas femininas, admito que só as leio em consultórios médicos quando não tenho nenhum livro na bolsa, mas também não as detesto, só não é primordial pra mim saber as fofocas que elas carregam, nem as inovações do mundo dos cosméticos, se a tal inovação realmente valer a pena alguma amiga vai me contar depois...

E creio que é encher o peito de idealismo pensar que não existe influência nesse meio também. Assim como existe o jabá das empresas anunciantes dos jornais, eles também existem nas revistas femininas. O jornalista também vai ganhar algum para falar bem daquele determinado tratamento, ou questionar os efeitos de um que querem que saiam de moda, vai mostrar a modelo que a agencia quer popularizar. Infelizmente o mundo é assim, jabá pra todos os lados. No esporte, na cultura, na revista de fofoca, na feminina, na política, na economia...

E mesmo sendo politicamente correta ao extremo eu desligo meu idealismo e digo que se o negócio é jabá também quero o meu!!!


Show na escrita, amiga!!